가사
Correndo se senta, abre a venta, segura o jornal, faz força e tenta.
Suando frio, tá mal, aperta o jornal, como todo mortal. Que tal?
Arde por baixo, bem animal. Pelo qual e tal e qual tudo fica sempre igual.
Com pressa tenta ler. Nas entrelinhas é que vê, o Brasil a se perder.
Sente a ardência no rabo. Fica brabo. Sente a dor no rabo o pobre diabo.
Chegará por baixo o que lê. Merda e sabe o porque. Tudo igual ele bem crê.
Eu igual a você, sem poder. Do futuro à mercê. Sete palmos, vão ser.
Abaixo do solo pátrio, pode crer. Todo figurão no jornal vai morrer.
E, vamos morrer, eu e você. Não adianta correr. Relaxa que o pau vai comer.
O escroto murcho, bem vê. Muito suor de força fazer. Continua tentando ler.
Faz força, geme e peida. Cria coragem e mais peida. Faz força e mais peida.
A merda resiste em sair, como político que não quer partir. Quer ficar e insistir.
Se reelege sem merecer e não desgruda do poder. Tudo pode e quer se manter.
Ele se sente impotente, mas ainda crente, faz força, aperta o baixo ventre.
De si mesmo se faz rir. Na última instância pensa em parir. Do anal deixar fluir.
A merda que não quer sair. Teimosa e profunda, resiste entrincheirada na bunda.
Tenta relaxar, para, vai saber?... cagar. A vista para o jornal se faz voltar.
Está amassado, chega à surtar. Impossível ler e se deleitar. Põe-se a rezar.
Pernas esticadas e a bunda à levantar. Quem sabe assim Deus se apiedará,
Abrindo-lhe a bunda para enfim cagar. Saindo a merda que tanto quer cagar.
Revoltado e sabe bem porque. Voto errado, ele crê, rango ruim o fizeram comer.
Mas, enfim surge, irradiante e bela, a rainha cinderela, cheirosa e amarela.
Finalmente caga. Lê e se afaga. Por fronte e vértebras vaga, um arrepio que não se paga.
Contrai o ventre, estufa a veia do pescoço, caga fino e caga grosso o pobre moço.
Contrai o ventre, estufa a veia do pescoço, caga mais fino e mais grosso o pobre moço.
Contrai o ventre, estufa a veia do pescoço, caga mais fino e mais grosso o pobre moço.
No jornal encontra o político mais grandão e nele mira seu gesto de ablução.
Limpa a bunda e o caga. Joga-o na privada como praga. Todo mal aqui se paga.
Aperta a descarga o político rodopia e se larga, ninguém mais terá a vida amarga.
Um último peido solta alto, acorda o planalto, da privada vem o respaldo.
Depois do peido, torna seu curso normal, pra ninguém quer o mal, nada fatal.
Cueca e calça no lugar, saindo para a vida ganhar, à pátria amada retornar.
Continuar a amar. Por aqui ou ali cagar. Mas, sem nunca roubar. O que que há?!...
Sem nunca roubar, o que que há?... Não se cagar, não se sujar, o que que há?...
Nunca roubar. Só pode cagar e sem roubar. Pra não se sujar. Cagar e não roubar.