歌詞
Desinventamos o caminho até aqui.
Julio, menino de palavras, semeou
No chão árido das ideias
Um pé de ouvir estrelas.
No Pós-Capitaloceno,
As coisas desimportantes ganham asas:
Um sapo que filosofeia,
Um graveto que sonha ser ponte.
O Comum se faz em miudezas,
No ranger da porta que abre horizontes,
No rumor das águas que não cessam
De inventar margens novas.
Commonfare é palavra de passarinho,
Que a gente entende com o coração.
É construir ninhos em galhos tortos,
É colher silêncios para fazer canção.
O episódio se cala,
Mas fica no ar um resto de vozes
Que nem vento sabe apagar.
Porque o que vale mesmo
É o que a alma aprendeu a desver.
Valentim nos convida a brincar
De reinventar o mundo
Com as sobras do tempo,
Com as sobras de tudo.
E assim, vamos embora
Com a certeza de que
Os vazios também preenchem,
E que há poesia escondida
No que ainda vamos sentir.