Desinventamos o caminho até aqui. Julio, menino de palavras, semeou No chão árido das ideias Um pé de ouvir estrelas. No Pós-Capitaloceno, As coisas desimportantes ganham asas: Um sapo que filosofeia, Um graveto que sonha ser ponte. O Comum se faz em miudezas, No ranger da porta que abre horizontes, No rumor das águas que não cessam De inventar margens novas. Commonfare é palavra de passarinho, Que a gente entende com o coração. É construir ninhos em galhos tortos, É colher silêncios para fazer canção. O episódio se cala, Mas fica no ar um resto de vozes Que nem vento sabe apagar. Porque o que vale mesmo É o que a alma aprendeu a desver. Valentim nos convida a brincar De reinventar o mundo Com as sobras do tempo, Com as sobras de tudo. E assim, vamos embora Com a certeza de que Os vazios também preenchem, E que há poesia escondida No que ainda vamos sentir.
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