Primeiramente, sua bênção, meu velho Pega firme num toquinho de madeira Com essa unção, acende seu cachimbo Pra enfumaçar essa casa inteira Saravá, senzala, saravá terreiro Meu Senhor das Almas É meu pai Joaquim que vem Lá do cativeiro, o dono de toda sabedoria Como lhe maltrataram, meu senhor, em vida — pura maldade Homem educado e muito trabalhador Que nunca fez mal a ninguém Pra aliviar a dor, me pego olhando bem além Correntes que se quebram, O som ensurdecedor Eu sempre tive fé, me mantive de pé Fumaça que sobe pela chaminé Amor, devoção, luz e muito axé Não maltrate o meu senhor Pois sua luz é amor, sua luz é amor Quando suncê precisar, chame pelo seu vô Pois irei lhe ajudar E sempre que precisar, não se acanhe, meu neto Seu vô irá sempre lhe receber de braços abertos