lyrics
O caminho chega a um ponto
que não é fim nem começo.
É pausa, respiro, silêncio
entre o que fui e o que serei.
Julio fala, mas sua voz
é também a minha, a nossa.
Uma chama acesa no escuro,
um farol na imensidão do ser.
No crepúsculo deste sistema,
algo em mim desperta.
Uma razão que não é lógica,
mas sentimento puro e bruto.
O Comum arde dentro do peito,
como fogo que não consome
mas alimenta.
É vida que pulsa sem nome.
Levo comigo palavras
que são mais que palavras:
são sopros de existência,
manifestações do que não se vê.
O futuro dança na cadência
dos passos que dou agora.
Nenhum gesto é pequeno
quando carrega o universo.
Pós-Capitaloceno.
Uma melodia que ecoa
nas ruas internas da alma,
nas montanhas de pensamentos.
Commonfare.
Um sussurro que ressoa
em cada coração que bate
no ritmo do infinito.
O episódio se cala,
mas a revolução é silêncio
que grita dentro de nós.
Nada termina, tudo continua.
Erguemos mundos inteiros
com os tijolos dos sonhos,
com as argamassas das palavras
que constroem e destroem.
Desenhamos no horizonte
linhas que só os olhos fechados
podem enxergar.
Rotas traçadas no invisível.
O podcast silencia,
mas a voz interna fala,
fala e não se cala.
Porque a história é movimento.
No pulsar da humanidade,
encontro meu próprio pulso.
A vida embala a vida,
num ciclo que não tem fim.