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Miro certinho na privada para ser correta a mijada. Certeira a mijada.
Jogo o peso para um lado. Arrebento a coluna. Tô entortado, bem irado.
Comigo nenhuma lady ou fada senta na tampa molhada da privada.
Sou correto na mijada. Assovio e dou aquela aliviada. No alvo a mijada.
Asmático, me recuperei com natação. Sem explicação. Só aceitação.
Em acidente desvio do septo nasal. No pique bandeira, tomei pau.
Um olé à lá Pelé não funcionou. O drible não colou. O errado rolou.
O cara em cima de mim se jogou. Cacete no meu nariz que quebrou.
Da minha moto guardo o ombro quebrado e o pé entortado.
Nem judeu nasci ou sou. E, até fimose o médico operou. Nem me castrou.
Cara era tipo escultor. Bonita a peça, na mão do doutor. Falou, doutor.
Astigmatismo, miopia e catarata tudo operado. Irado. Muito irado.
Dançando o meu balé aládo e lá vem meu dedinho do pé quebrado.
Cirurgia de gordura em plástica. Barriga, bolha no olho. Drástica e fodástica.
Angina no coração é quase ferida, com coronária e artérias entupidas. Viva a vida.
Mais tarde com Stent a coronária desentupir. Artérias sozinhas desobstruídas.
Livre de feridas. Viva a vida! Rejuvenesço e cresço. Viva a vida! Viva a vida!
Do tal Aquiles rebentei o tendão. No ombro rebentou mais tendão.
O bíceps direito, faltou não, também rebentei esse tendão. Haja tendão!
Pancreatite de montão, são três mermão! Anota pra conta perder não.
A vesícula tirei em operação. Próstata e testículos em ordem. Até o tesão.
Diabetes chega. Natural, por que não? Mais uma preocupação. E tome chateação.
Tira doce. Carboidrato mais não. Álcool também não mais não. Haja aporrinhação.
Os patelares condenados, ser atleta também não mais não. Lá vem a condenação.
Até chegar à intervenção da coluna com denervação. Perda de tempo e negação.
Cirurgia que não rolou não. Nova cirurgia no bobão. Das vértebras. E, tome correção.
A velhice é ridícula, doutor, já me dizia um sábio senhor. Saudades desse senhor.
Da virilha retirei até tumor. Que horror. Muitas saudades desse sábio senhor.
Mas, não me quedo. Tome riso. Resistir é preciso. E, vou feito Narciso.
Vou de bike pedalando em riso e mandando sorriso. Gosto de mim, feito Narciso.
Viver muito é minha opção, remendo tudo, até o coração. Alma de prontidão.
Se não tenho o que fazer, escrevo uma canção. Ah!... E, canto essa canção.
Vida melhor tem mais não. De canção a canção, rio de tudo na minha canção.
E escrevo livros de montão, criando tudo pra outra geração. Rio de montão.
Ensinando a viver, rindo a não mais poder. Sem planos para morrer. Quero viver.
Segura o velho que eu quero ver. A velhice é pra quem sabe viver. Tem que entender.
Viver é bom viver. Viver é bom viver. Viver é bom viver. Quero viver!... Vamu viver!...