[Intro] Era noite muito fria Ouvi o som de um caminhão de carga passar Decidi que seria a última vez ali E desisti de morar com meus pais
[Verso 1] Ouvi a voz do meu pai gritar: — Filho, já vai? — Não vai me dar um abraço? Então dei um longo abraço nele
Virei e disse: — Te amo, pai... — Dê um abraço na mãe... E pensei: *Talvez nunca mais o veja novamente*
[Pré-Refrão] Era madrugada na rodoviária Mesmo que eu escondesse minha tristeza Eu não tinha vontade Nem forças para ir embora de lá
[Refrão] Sofri, chorei, **sangrei** Eu estava voltando para a cidade Onde sofria calado E trabalhava como escravo
Ah… Eu estava parado ali Em frente a um orelhão da rodoviária Sonhei que estava perdendo meu pai E eu abraçava ele Um sonho onde ele se despedia E ia embora pro céu
[Verso 2] Eu estava indo De Guarulhos a Tóquio Liguei para ele De um telefone público
Eu estava segurando o telefone com força (Ele gritou) — Faça o seu melhor, filho!
[Pré-Refrão] Lá é um país Onde estrangeiro sofre calado E não consegue se destacar Lá quase me arrancaram a esperança
[Refrão] — Lá não é mais para nós, filho — Então volte para casa Disse ele com a voz chorando Tentando ao máximo Ser um pai protetor
[Ponte] Hoje pretendo trabalhar duro Até o dia que eu morrer também Não quero ser enterrado Em dinheiro fácil de herança
Nem bancar O filho herdeiro Pelo resto da vida
[Refrão Final] O arrependimento de não ter ouvido meu pai Suas últimas palavras Antes de partir naquela época Ficaram presas na alma
Estão me batendo no peito Me batendo sem parar Me batendo sem parar Me batendo… Sem parar