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Já namorei com a Fabiana,
Já me envolvi com a Tatiana,
Me estrepei com a Mariana...
Já passei Natal dentro de uma igreja,
Com bolo gigante pra agradar ao pastor,
Com direito a brigadeiro e cereja.
Ai, ai, ai, meu Deus!
Já estava com saudades da batucada,
Do meu pandeiro amigo e confidente
Pela alta madrugada...
No dia seguinte dei no pé,
Ninguém entendeu nada.
O povo da igreja é muito legal e hospitaleiro,
Foi o contrário do que eu podia imaginar.
Me senti preso num cativeiro,
Sem o meu pandeiro, querendo versar.
Mas uma coisa é certa:
Essa galera não perde um desfile de carnaval pela televisão!
Sempre falam asneiras, porque
A folia sempre traz o assunto religião...
Meu cumpadi, aí não!
Língua afiada é do evangélico:
Um disse-me-disse, um quero-quero,
Dizendo “se quero, quero”, “quero e não quero”...
Não tenho nada contra a religião de ninguém,
Essa é a mania feia desse povo
De falar aquilo que só lhe convém.
Ainda bem que a minha atual é mais tranquila...
E caso não fosse,
Eu teria corrido de braços abertos
Pra vida bandida!