Letra da música
Ó mar, que em vagas brutas me arremessas,
Ó noite escura e fria, sem perdão,
Na alma minha só as sombras restas,
Levadas pelo vento vai-me o coração.
Ai, que soidade, cruel desatino,
Nos fados perdidos minha dor desfaz,
Ó doce amor, que em suspiro divino,
Morre no peito, sem jamais ter paz.
Por que me deixas, ó ventura ingrata,
Nos braços tristes da cruel solidão?
Tua lembrança, em sombra desbarata,
É quanto me resta da minha afeição.
Ai, que soidade, cruel desatino,
Nos fados perdidos minha dor desfaz,
Ó doce amor, que em suspiro divino,
Morre no peito, sem jamais ter paz.
Nos céus já não brilham as estrelas claras,
Que o farol da esperança se apagou,
Os ventos cruentos a sorte me amparam,
E o leme da vida já se quebrou.
Ai, que soidade, cruel desatino,
Nos fados perdidos minha dor desfaz,
Ó doce amor, que em suspiro divino,
Morre no peito, sem jamais ter paz.
Senhor das ondas, recebe minh'alma,
Pois o corpo voga sem norte ou razão,
Em teu regaço buscarei a calma,
E deixa-me a dor em mera recordação.
Ai, que soidade, cruel desatino,
Nos fados perdidos minha dor desfaz,
Ó doce amor, que em suspiro divino,
Morre no peito, sem jamais ter paz.