O viajante inquieto

Se o buscas, vai procurá-lo
Onde a terra esconde a luz,
Na lura, no ermo escuro,
No chão que à areia conduz.
(Refrão)
Caminha só, sem rumo certo,
Tem o sangue a ferver,
Vai na estrada do deserto,
Cuidado… pode morder!
E pode estar entre a gente,
Só, num mar em turbilhão,
Olha-o bem, repara atento:
Ele caminha em contramão.
(Refrão)
Caminha só, sem rumo certo,
Tem o sangue a ferver,
Vai na estrada do deserto,
Cuidado… pode morder!
Nem todo o contra corrente
Traz no peito igual impulso,
Uns procuram um novo rumo,
Outros são mero refluxo
(Refrão)
Caminha só, sem rumo certo,
Tem o sangue a ferver,
Vai na estrada do deserto,
Cuidado… pode morder!
Mas ele vai, meio indeciso,
Com o olhar a indagar:
"Será o rumo do mundo
Este outro a que vim parar?"
(Refrão)
Caminha só, sem rumo certo,
Tem o sangue a ferver,
Vai na estrada do deserto,
Cuidado… pode morder!
Se já o viste, sê prudente,
Tem garras para se defender.
Estranho lobo, anda a monte...
Cuidado… pode morder!
(Refrão)
Caminha só, sem rumo certo,
Tem o sangue a ferver,
Vai na estrada do deserto,
Cuidado… pode morder!