Alma querida, que tanto amou, E, ao amar, por vezes, se apagou. Deu tudo, sem se medir, Esqueceu de si… só quis servir.
Entre gestos doces e palavras caladas, Foi se perdendo em jornadas erradas. Amou com coragem, mas sem espelho, Esqueceu que também tinha brilho e desejo.
Só depois do cansaço, da lágrima caída, É que ouviu o sussurro: “Cuide da tua vida.” E aos poucos, num passo de cada vez, Foi aprendendo a se amar — talvez.
Aquela flor que ofereceu ao mundo, Agora brota no seu peito fecundo. Já não suplica migalhas de atenção, É templo, é casa, é coração.
E se um dia duvidar da sua essência, Que se lembre: há beleza na paciência. Porque quem se entrega demais sem medida, Também merece ser o amor da sua vida.