Paroles
Dobrei-me à soluçar, por sobre
os joelhos, para melhor chorar.
Deixei o dorso nu, feito um menu,
virado para o mundo, ainda cru,
para que mais dores, caindo no nu,
pudessem ali pousar. Vergado como bambu.
Sem esperança, sou como criança,
Chorando o brinquedo de infância,
Que se foi como em uma andança.
A dama troca de pares como em dança
Fechei-me em mim mesmo, chorando à beça,
e somente após horas comigo de conversa,
dessas solitárias, com pranto sozinho, sem pressa,
foi que consegui deixar de criar tanta ilusão, dessas,
para alimentar este sofrer que só a mim interessa.
De dor aguda e funda no peito, que ninguém se expressa.
Sem esperança, sou como criança,
Chorando o brinquedo de infância,
Que se foi como em uma andança.
A dama troca de pares como em dança
Dor cruel de quem mais perde do que ganha,
sem nem mesmo ter tido onde só se apanha.
Sem ter conquistado um amor para poder perder.
Perde-se apenas a esperança de amar poder
E talvez por isso doa tanto. Por tanto querer.
Sem esperança, sou como criança,
Chorando o brinquedo de infância,
Que se foi como em uma andança.
A dama troca de pares como em dança