Vem a sombra, fria e densa, Com discursos de terror, Onde a mentira começa E a verdade perde cor. Queimam sonhos sem piedade, Erguem muros sem razão, Vendendo à fome a cidade, Plantando a guerra no chão. Mas a esperança persiste, Não se curva, não se cansa. Onde o medo hoje existe, Brotará uma mudança. Exploram terra e vontade, Cegos pelo seu poder, Mas colhem só tempestade De quem fizeram empobrecer. Vendem ódios e trincheiras, Erguem grades sem porquê, Mas vozes firmes inteiras Fazem muros desfazer. Pois a esperança persiste, Não se curva, não se cansa. Onde o medo hoje existe, Brotará uma mudança. Não há noite sem aurora, Nem silêncio sem um fim. Quem oprime se demora Cai no seu abismo, enfim.