Letra
(Verso 1)
Nos passos de dor que Maria trilhou,
Sob o peso da cruz, o Filho carregou,
O pranto em seus olhos, a espada a ferir,
Mas a fé não tremeu, não deixou de existir
No silêncio sombrio, o corpo envolto em linho,
O mundo em desespero, o céu tão sozinho
O sepulcro selado, a esperança apagada,
E o eco da morte, na terra calada
(Verso 2)
Mas então, ao romper do dia, no primeiro alvorecer,
Uma luz rasgou a treva, fez a pedra estremecer
“Mestre!”, Madalena clamou sem hesitar,
E num só olhar, a vida voltou a pulsar
Os discípulos em fuga, o caminho a vagar,
Dois corações perdidos, sem rumo, a lamentar
Mas no partir do pão, o mistério se revelou
E no partir do pão, a presença se encontrou
(Refrão)
Bem-aventurados os que choram no vazio,
Que creem no invisível, mesmo em solo frio
São felizes os que não viram e creram,
Pois é na escuridão que os olhos se abriram
(Verso 3)
Tomé, o incrédulo, sua fé estremeceu,
“Se eu não tocar, se eu não ver, não é meu...”
Mas no toque suave, o mistério se fez,
“Meu Senhor e meu Deus”, disse o homem de vez
E nos lábios de Cristo, a palavra ecoou:
“Bem-aventurados os que creram, sem ver quem Eu sou”
E para todos nós, que hoje o buscamos,
Na ausência, na espera, é onde mais o encontramos
(Refrão)
Bem-aventurados os que choram no vazio,
Que creem no invisível, mesmo em solo frio
São felizes os que não viram e creram,
Pois é na escuridão que os olhos se abriram
(Ponte)
No partir do pão, Ele está presente,
No silêncio do altar, no sopro, na mente
Nas lágrimas que caem, na mão estendida,
No murmúrio da alma, na esperança erguida
(Refrão Final)
Bem-aventurados os que choram no vazio,
Que creem no invisível, mesmo em solo frio
São felizes os que não viram e creram,
Pois é na escuridão que os olhos se abriram
(Encerramento)
A promessa se cumpriu, a morte se curvou
E a vida, eterna vida, a todos alcançou