No peito mora um ninho, quente e fundo, Onde o amor pousou um dia e fez morada. Mas partiu, levando a paz de todo o mundo, Deixando a alma em triste e eterna jornada.
E a dor que fica doce e tão cruel, Tem um nome bordado em melancolia: É a Saudade, gota amarga, puro fel, Que teima em não dar trégua, noite e dia.
Sinto o cheiro do tempo que não volta, O toque da mão que já não está aqui. Cada estrela no céu me traz revolta, Por não ter o teu brilho perto de mim.
Ah, saudade! És o verso que não cala, A prova viva de um amor sem fim, Pois só sente o vazio quem amou e exala A ausência que se faz presente em mim.
E enquanto o sol nascer e houver luar, Guardarei a lembrança, a tua voz, o riso. Pois amar é também aprender a esperar, E a saudade é a ponte para o paraíso Onde o amor um dia irá nos reencontrar.