Lyrics
[Style: Brazilian rock with Raul Seixas vibe – raspy and theatrical voice]
[Instruments: Folk acoustic guitar, clean electric guitar, prominent bass, soft organ, dragging drums]
[Tempo: 75 BPM - Slow and nostalgic – sensual, existential, and poetic mood]
[Verso 1]
Ela veio de um mundo fechado, de um conto encantado
Chegou feito um sopro na estrada que eu nem esperava cruzar
Era um domingo estranho, o rádio tocava Orochi cansado
E no banco da frente, ela me ensinava a não ultrapassar
Pediu que eu parasse antes do abismo, no último instante
Com olhos de chuva e vontade de se libertar
E eu, com o coração meio cínico, meio errante
Entendi que às vezes o amor não quer se derramar
Ela era branca, de renda e loucura, no banco de trás
No escuro da curva, o tempo parou só pra ver ela dançar
Mas o gosto do mundo é cruel com quem ama demais
E eu tinha medo que o tempo roubasse o que ela ia buscar
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[Refrão]
E no rádio tocava uma canção esquecida
No intervalo sagrado entre a explosão e o respirar
O lençol amassado guardava o segredo da vida
De dois corpos cansados de tanto se procurar
Eu fui chuva fora de hora
Você foi sol que não se dá
Mas a gente se encontrou um dia
E isso já foi amar
Ela ria da vida, eu tentava ficar
E se hoje ela vai ao passado, dizendo sim no altar
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[Verso 2]
Na última curva, como um fogo que apaga, um adeus sem palavras
Fui embora sabendo que Orochi tinha razão
E o destino, esse velho safado, com as cartas marcadas
Colocou cada um de nós em sua nova e velha estação
Hoje eu também tenho casa, aliança e rotina
Mas às vezes no espelho eu vejo o reflexo dela nua
Será que eu fui o desvio na estrada ou só uma esquina?
Ou será que o amor é só isso: chegada, partida e rua?
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[Refrão]
E no rádio tocava uma canção esquecida
No intervalo sagrado entre a explosão e o respirar
O lençol amassado guardava o segredo da vida
De dois corpos cansados de tanto se procurar
Eu fui chuva fora de hora
Você foi sol que não se dá
Mas a gente se encontrou um dia
E isso já foi amar
Ela ria da vida, eu tentava ficar
E se hoje ela vai ao passado, dizendo sim no altar
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[Fala – estilo Raul Seixas]
O amor, meu irmão...
É um trem que não tem estação fixa
E às vezes, a gente só é o vagão do meio
Que leva, e depois deixa ir...